Santíssimo Sacramento
No Santíssimo Sacramento do Altar, está real, verdadeira e substancialmente presente o mesmo Jesus Cristo, Deus e Homem, nosso adorável Salvador, de fé se faz com a inteligência e com os lábios; mas, de maneira mais viva e habitual, através de nosso procedimento da Comunhão.
Na Igreja Latina, a fé viva na Presença Real se ostenta mediante a genuflexão e a postura genuflexa, quando se passa diante ou quando se está em presença da Santa Hóstia Consagrada, ou solenemente exposta, ou em reserva no sacrário. Mais diretamente a Jesus Cristo, declara o Apóstolo que ao seu nome “dobra-se todo joelho, no Céu, na terra e nos infernos” (Fil. 2, 10). O costume de dobrar os joelhos diante do Santíssimo Sacramento, além da adoração devida a tão excelso Senhor, tenciona, outrossim, manifestar reparação pelas injúrias com que a soldadesca infrene ludibriou do misericordioso Salvador, após a flagelação e coroação de espinhos: “de joelhos diante d’Ele, d’Ele zombavam” (Mat. 27, 29).
Fixa-se assim numa Tradição Apostólica o hábito de manifestar, mediante a genuflexão e a postura ajoelhada, nossa fé viva na Divindade de Jesus Cristo, substancialmente presente no altar. Eis porque recebe o fiel a Sagrada Comunhão de joelhos. Não o faz o Sacerdote na Missa, porque ele aí está representando a pessoa de Jesus Cristo. “Agit in persona Christi”, faz as vezes de Cristo como sacrificador, ofício que de modo algum compete ao fiel. Fora da Missa, também o Sacerdote comunga de joelhos.
Não somente porque é um costume imemorial, com base na Bíblia Sagrada, como pela mesma natureza do ato, a genuflexão nos compenetra de humildade, leva-nos a reconhecer nossa pequenez de criaturas diante da transcendência inefável de Deus, e mais ainda, nossa condição de pecadores que só pela mortificação e a graça chegaremos a dominar nosso orgulho e demais paixões, e a viver como verdadeiros filhos adotivos de Deus, remidos pelo Sangue preciosíssimo de Jesus Cristo.
Da mesma forma, os Sacerdotes só podem distribuir a Sagrada Comunhão aos fiéis ajoelhados, admitindo apenas exceções em casos pessoais, quando alguma enfermidade torna impossível, ou quase, o ajoelhar-se. Em caso nenhum se permite a Comunhão na mão.
Ainda sobre a recepção da Sagrada Comunhão mantem-se o costume tradicional que manda às senhoras e moças que se apresentem com a cabeça coberta. Outro hábito imemorial, fundado na Sagrada Escritura (cf. 1 Cor. 11, 5 e SS.), que não deve ser modificado. São Paulo recorda a veneração e o respeito aos Anjos presentes na igreja, que as senhoras significam com o uso do véu. Nada mais belo, mais ordenado, mais encantador do que a mulher cristã que reconhece a hierarquia estabelecida por Deus, e manifesta externamente sua adesão amorosa a semelhante disposição da Providência.
Na mesma ordem de ideias, os fiéis devem conservar o amor à modéstia e ao recato, que os tornam menos indignos de receber os Santos Sacramentos.
Bênção do Santíssimo Sacramento
Costuma-se fazer a Bênção do Santíssimo Sacramento após as Vésperas solenes, ou na hora do Terço. É um costume antiquíssimo, agraciado de muitas indulgências pela Santa Igreja. Este rito sempre inclui um cântico pelo papa, seguido do Tantum Ergo, que precede a bênção. Após a bênção o padre lê os "Louvores" ao Santíssimo Sacramento.
Após o cântico pelo papa, o sacerdote reza:
V. Tu és Pedro
R. E sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.
Oremos: Olhai propício, ó Deus, para o vosso servo N. pastor e guia de todos os fiéis, a quem escolhestes por pastor da Vossa Igreja: dai-lhe, nós vos pedimos, que por sua doutrina e exemplo, aproveitem aqueles a quem ele preside, a fim de que, unido ao rebanho que lhe foi confiado, alcance a vida eterna.
R. Amém.
Em latim:
V. Tu es Petrus
R. Et super hanc petram ædificabo Ecclesiam meam.
Oremus: Deus, omnium fidelium pastor et rector, famulum tuum N. quem pastorem Ecclesiæ tuæ præesse voluisti, propitius respice: da ei quæsumus, verbo et exemplo, quibus præst profícere; ut ad vitam, una cum grege sibi credito, perveniat sempiternam. Per Christum...
R. Amen.
Tantum ergo:
Tantum ergo Sacramentum
Veneremur cernui:
Et antiquum documentum
Novo cedat ritui:
Præstet fides supplementum
Sensuum defectui.
Genitori, Genitoque
Laus et jubilatio,
Salus, honor, virtus quoque
Sit et benedictio:
Procedenti ab utroque
Compar sit laudatio.
Amen.
Após o canto do Tantum Ergo, o sacerdote reza:
V. Do céu lhes destes um Pão (T.P. Aleluia)
R. Que tem em si todo o dulçor (T.P. Aleluia)
Oremos. Ó Deus, que neste admirável Sacramento, nos deixastes o memorial da vossa Paixão, concedei de tal modo venerarmos os sagrados mistérios do vosso Corpo e do vosso Sangue, que logremos possuir para sempre os frutos da vossa Redenção. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.
R. Amém.
Em latim:
V. Panem de cælo præstitisti eis.(T.P. Alleluja)
R. Omne delectamentum in se habentem.(T.P. Alleluja)
Oremus. Deus, qui nobis sub sacramento mirábili, passiónis tuæ memóriam reliquísti: tríbue, quæsumus, ita nos Córporis et Sánguinis tui sacra mystéria venerári; ut redemptiónis tuæ fructum in nobis iúgiter sentiámus. Qui vivis et regnas in sæcula sæculórum.
R. Amen.
Louvores ao Santíssimo Sacramento
Após a Bênção, segue a oração seguinte:
Bendito seja Deus.
Bendito seja o seu Santo Nome.
Bendito seja Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Bendito seja o nome de Jesus.
Bendito seja o seu Sacratíssimo Coração.
Bendito seja o seu preciosíssimo sangue.
Bendito seja Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento do altar.
Bendito seja o Espírito Santo Paráclito.
Bendita seja a excelsa Mãe de Deus Maria Santíssima.
Bendita seja a sua Santa e Imaculada Conceição.
Bendita seja a sua gloriosa Assunção.
Bendito seja o nome de Maria Virgem e Mãe.
Bendito seja São José, seu castíssimo esposo.
Bendito seja Deus nos seus Anjos e nos seus Santos.
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