Meios para conservar a Graça de Deus

Meios para conservar a Graça de Deus

Meios para conservar a Graça de Deus

Non omnis qui dicit mihi: Domine, Domine, intrabit in regnum coelorum; sed qui facit voluntatem Patris mei, qui in coelis est — “Não todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus; mas sim o que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7, 21)

Sumário. Para a salvação não basta a resolução de não mais ofendermos a Deus, é indispensável também empregar os meios para isso. Estes são: o evitar as ocasiões, a frequência dos sacramentos, a oração mental, a devoção à Santíssima Virgem. É sobretudo necessária a oração contínua, recorrendo sempre a Jesus e Maria e invocando os seus santos nomes, especialmente no tempo das tentações. Quem fizer assim, certamente se salvará; quem não o fizer, certamente se condenará. Ó, quantos estão agora a arder no inferno, apesar da boa vontade de se salvarem!

I. É necessário, a quem quiser verdadeiramente salvar-se, robustecer e renovar continuamente a sua resolução de nunca mais se separar Deus, repetindo muitas vezes esta máxima dos santos: Antes perder tudo que perder a Deus. Mas não basta só a resolução de o não perder mais, é indispensável também empregar os meios para o não perder.

O primeiro meio é evitar as ocasiões. O que não procura evitar as ocasiões do pecado, especialmente no tocante aos prazeres sensuais, cairá necessariamente no pecado, ainda que tenha feito mil propósitos e mil promessas a Deus. Demonstra-o cada dia a desgraça de tantas pobres almas, caídas por não terem evitado as ocasiões. Pelo que São Filipe Néri dizia: Na guerra com os sentidos só são vencedores os poltrões que fogem.

O segundo meio é a frequência dos sacramentos da confissão e da comunhão. Casa que se varre muitas vezes não pode deixar de ser asseada. A confissão conserva a alma pura, e alcança não só a remissão das faltas, mas também a força para resistir às tentações. A comunhão é chamada pão celeste, porque, assim como o corpo não pode viver sem o sustento terrestre, assim a alma não pode viver sem este alimento celeste. Eis porque Jesus Cristo disse:

“Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (1)

Pelo contrário, a vida eterna é prometida ao que come muitas vezes este pão divino:

Si quis manducaverit ex hoc pane, vivet in aeternum — “Se alguém comer deste pão, viverá eternamente” (2).

O terceiro meio é a meditação ou oração mental.

Memorare novissima tua, et in aeternum non peccabis (3) — “Lembra-te de teus fins últimos, e nunca pecarás”

O que não perder de vista as verdades eternas, a morte, o juízo, a eternidade, não cairá no pecado. Na meditação, Deus nos ilumina, fala conosco e ensina-nos o que temos a evitar e o que temos a fazer. Numa palavra, a meditação é essa doce fornalha na qual se acende o fogo do amor divino: In meditatione mea exardescet ignis (4). Enfim, como já muitas vezes se tem observado, para nos sustentarmos na graça de Deus, é absolutamente necessário rezar e pedir as graças de que temos necessidade. O que não pratica a oração mental, dificilmente reza, e não se rezando, é certa a perda.

II. É preciso, portanto, empregar os meios para nos salvarmos e passarmos uma vida regrada. Pela manhã, ao levantar, depois do sinal da cruz, façamos os atos cristãos de agradecimento, de amor, de oferecimento e bom propósito, com uma oração a Jesus e a Maria, para nesse dia nos preservar do pecado. Façamos depois a meditação e assistamos à missa. No correr do dia façamos uma leitura espiritual, uma visita ao Santíssimo Sacramento e à divina Mãe. À noite rezemos o Terço e examinemos a nossa consciência, indagando se o Senhor pode estar contente com o modo por que nos houvemos durante o dia.

Devemos sobretudo pedir sempre a Deus a santa perseverança e especialmente na hora das tentações, invocando então mais frequentemente os santíssimos nomes de Jesus e Maria, enquanto persistir a tentação. Se fizerdes assim, ficai certos que vos salvareis, e se o não fizerdes, tende a certeza de que vos condenareis. Ó! Quantos ardem agora no inferno, porque à boa vontade de se salvarem não uniram o uso dos meios necessários!

Meu querido Redentor, agradeço-Vos as luzes que me dais, e os meios que me fazeis conhecer para me salvar. Prometo praticá-los constantemente; ajudai-me a ser-Vos fiel. Vejo que me quereis salvo, e eu quero salvar-me principalmente para agradar ao vosso Coração, que tanto deseja a minha salvação. Não, meu Deus, não quero mais resistir ao amor que me tendes. Por esse amor me suportastes com tamanha paciência, quando Vos ofendia. Convidais-me a amar-Vos e eu não desejo outra coisa senão amar-Vos.

Amo-Vos, Bondade infinita, amo-Vos, Bem infinito. Ah! Pelos merecimentos de Jesus Cristo Vos rogo que não permitais que Vos seja ainda ingrato: ou ponde fim à minha ingratidão, ou fim à minha vida. Senhor, começastes a obra, completai-a agora: Confirma hoc, Deus, quod operatus es in nobis (5). Dai-me luz, dai-me força, dai-me amor. Ó Maria, vós, que sois a tesoureira das graças, socorrei-me. Declarai-me vosso servo, como quero ser, e rogai a Jesus por mim. Depois dos merecimentos de Jesus Cristo, são as vossas orações que me devem salvar.

Referências: (1) Jo 6, 54. (2) Jo 6, 52. (3) Eclo 4, 70. (4) Sl 38, 4. (5) Sl 67, 29.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Duodécima semana depois de Pentecostes até ao fim do ano Eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 446-449)

Ver todas as meditações

Produtos recomendados:

Compartilhe esta meditação:

Saia longa evasê vinho geométrica
Saia longa evasê franzida preta
Vestido midi godê total azul claro de renda com rosas
Saia midi evasê bordô
Saia midi de pregas azul piscina listras
Vestido midi godê total preto e bege rosas
Saia midi de pregas marfim
Saia midi plissada verde claro
Vestido midi godê total branco rosas laranjas e azuis
Saia longuete elegance evasê preta
Vestido infantil midi amarelo floral
Saia midi de nesgas branca rosas vermelhas