Hereges?! Hereges?! Os Papas pós-conciliares são hereges???

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Hereges?! Hereges?! Os Papas pós-conciliares são hereges???

Hereges?! Hereges?! Os Papas pós-conciliares são hereges???

É herege, no senso estrito da palavra, apenas aquele que nega expressamente um dogma. Ora, os Papas Paulo VI e João Paulo II fizeram e disseram muitas coisas que prejudicaram gravemente a Igreja e a Fé, e que foram capazes de confortar os hereges em sua maneira de proceder; mas não se pode provar que os Papas tivessem consciente e voluntariamente negado um dogma.

Eles devem, de preferência, ser contados no número daqueles católicos liberais, que, de um lado, querem permanecer católicos; mas, de outro, desejam agradar ao mundo e tudo fazer para ir a seu encontro.

Não pode acontecer que um católico liberal leve a conciliação com o mundo até a heresia?

Uma das características desse gênero de católicos é que eles nunca querem se comprometer; por esta tão só razão, é-lhes muito difícil sustentar uma heresia com pertinácia.

A pertinácia no erro é absolutamente necessária para ser herege?

Basta contradizer um só dogma para ser materialmente herege. Mas é preciso, para cometer realmente o pecado de heresia (ou seja, ser formalmente herege), que esta negação seja consciente e voluntária.

Uma criança que, tendo mal aprendido seu catecismo, atribua duas Pessoas a Nosso Senhor Jesus Cristo, cometeu um pecado de negligência, mas não o pecado de heresia (ela profere uma heresia sem disso ter consciência, ela não é formalmente herege).

Um católico liberal que multiplique as ambiguidades e as concessões para agradar ao mundo pode, de modo análogo, chegar a proferir heresias sem, disso, ter verdadeiramente consciência: ele não é formalmente herege.

Qual é o ensinamento da Igreja sobre esses católicos liberais?

Desses católicos liberais, Pio IX dizia:

“Estes são mais perigosos, seguramente, e, mais funestos, do que os inimigos declarados (...) porque, mantendo-se no extremo limite das opiniões formalmente condenadas, dão a si mesmos uma certa aparência de integridade e de doutrina irrepreensível, tentando assim aos imprudentes amadores de conciliação e enganando as pessoas honestas, que se revoltariam contra um erro declarado.” [65]

Encontram-se, na história, exemplos análogos de deficiências de Papas?

Se houve, infelizmente, um certo número de Papas cuja vida moral não foi exemplar; todavia, nas questões de doutrina, foram, quase sempre, irrepreensíveis.

Há, no entanto, alguns exemplos de Papas que caíram no erro ou que, ao menos, apoiaram o erro ao invés de o combater. Foram os Papas Libério, Honório I e João XXII.

Como o Papa Libério apoiou o erro?

O Papa Libério (352-366) sucumbiu à pressão dos arianos, que negavam a Divindade de Cristo. Excomungou, em 357, o Bispo Atanásio, o valente defensor da Doutrina católica, e subscreveu uma profissão de Fé ambígua. [66]

A Igreja honra, hoje, Atanásio como um santo, e não o Papa Libério.

Como o Papa Honório I apoiou o erro?

No século VII, Sérgio, Patriarca de Constantinopla, inventou a heresia do monotelitismo. Esse erro pretendia que somente havia em Cristo uma só vontade, enquanto que, na verdade, há duas: a vontade divina e a vontade humana. Sérgio conseguiu enganar a Honório I (625-638) e ganhá-lo para sua causa.

O Papa Honório aderiu verdadeiramente ao erro do monotelitismo?

Parece que Honório não partilhava verdadeiramente o erro do Patriarca de Constantinopla; porém, não compreendendo bem toda a questão, e, nela, não vendo mais que uma disputa de teólogos, tomou, no entanto, partido de Sérgio e impôs o silêncio a São Sofrônio, que defendia a causa católica. Por essa razão, Honório foi, depois de sua morte, condenado pelo Papa Leão II. [67]

Como o Papa João XXII apoiou o erro?

João XXII (1316-1334) apoiava a falsa doutrina, segundo a qual, as almas dos defuntos só obtêm a visão beatífica depois do Juízo Universal. Antes, gozariam simplesmente da visão da humanidade de Cristo. De modo análogo, os demônios e os homens perdidos só receberiam a pena eterna do Inferno depois do Juízo Final.

Esse Papa teve, ao menos, a humildade de se deixar corrigir, e retratou seu erro em 3 de dezembro de 1334, um dia antes de morrer. [68]

Qual lição pode-se tirar desses três exemplos?

Por esses exemplos, e, em particular, pelo de Santo Atanásio, vê-se que pode acontecer de um único Bispo ter razão contra o Papa.

Notas:

[65] Pio IX, Breve ao círculo católico de Milão (1873), citado por padre Roussel em : Libéralisme et catholicisme, Riddes (Suíça), 1987, p.142.

[66] Carta Studens pacis dirigida, pelo Papa Libério, aos Bispos do Oriente, na primavera de 357: 

“(...) Essa carta, que compus com a preocupação da unanimidade convosco, deve vos fazer saber que estou em paz com vós todos e com todos os Bispos da Igreja Católica; mas o dito Atanásio está excluído da comunhão comigo, isto é, da comunhão com a Igreja Romana, e da troca de cartas eclesiásticas” (DS138).

O Papa Libério confirma essa excomunhão de Santo Atanásio nas cartas Pro deifico (DS141), Quia scio (DS 142) e Non doceo (DS 143)

[67] João IV, Papa, (641-642) saiu na defesa de seu predecessor Honório na carta Dominus qui dixit (496-498), mostrando que textos ambíguos de Honório podem ser bem interpretados. Mas o terceiro Concílio de Constantinopla (680-681) e o Papa Leão II (682-683) pronunciaram o anátema contra Honório que havia, de fato, favorecido a heresia. (DS 552 e 563).

[68] João XXII retratou seus erros na Bula Ne super his i (DS 990-991), que foi publicada por seu sucessor Bento XII.

Catecismo Católico da Crise na Igreja. Pe. Mathias Gaudron.

Notas da ilustração:

Vídeo do diálogo inter-religioso do Papa Francisco: https://www.youtube.com/watch?v=kHsfzPv7gMU.

“A maioria dos habitantes do planeta declara-se crente. Isto deveria ser motivo para o diálogo entre as religiões. Não devemos deixar de rezar por isso e colaborar com quem pensa de modo diferente”, afirma o Papa logo no início do vídeo.

A Canção Nova publicou uma matéria em seu portal de notícias explicando o motivo do vídeo do Papa: [1]

O vídeo conta com a participação de uma budista, um judeu, um católico e um muçulmano. Francisco destaca que na variedade de religiões há uma certeza: todos são filhos de Deus. “Creio no amor” é uma frase dita pelos quatro participantes do vídeo. Ao final, o Papa deixa o pedido: “Confio em vocês para difundir a minha intenção deste mês: Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça; Confio na tua oração”. [1]

A Fraternidade Sacerdotal São Pio X também publicou uma matéria em seu site, sobre o ecumenismo: [2]

Um Cristo ecumênico não pode ser o verdadeiro Cristo. Por mais de 50 anos, o ecumenismo moderno e o diálogo inter-religioso apresentam ao mundo um Cristo diminuto, irreconhecível e desfigurado. O Verbo de Deus, Filho unigênito do Pai, a Sabedoria incriada e eterna encarnou-se e fez-se homem. Diante deste fato histórico, ninguém pode ficar indiferente: [2]

“Quem não está comigo está contra mim, e quem não ajunta comigo, espalha” (Mt. 12, 30).

Pela Encarnação, Cristo tornou-se o Sumo Sacerdote da nova e única aliança e o Doutor que nos anuncia a verdade; tornou-se o Rei dos corações e da sociedade e “o primogênito de muitos irmãos” (Rom. 8, 29). Portanto, a verdadeira fraternidade existe somente em Jesus Cristo, e em nenhum outro: [2]

“Pois não foi dado aos homens outro nome debaixo do céu, pelo qual devemos ser salvos” (Atos 4, 12).

Tais afirmações se opõem ao dogma que afirma que a religião católica é a única religião verdadeira (conf. Syllabus, proposição 21). Trata-se de um dogma e o que se opõe a isso toma o nome de heresia. Deus não pode contradizer-se.

“Ide todos e fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo o que eu os ordenei” (Mt 28, 19-20).
“Quem crer e for batizado será salvo e quem não crer será condenado” (Mc 16, 16).

Referências:

[1] Portal de notícias da Canção Nova. Disponível em: https://noticias.cancaonova.com/mundo/em-video-papa-convida-a-rezar-por-dialogo-inter-religioso/

[2] FSSPX Brasil. Disponível em: https://www.fsspx.com.br/comunicado-do-superior-geral-da-fsspx-a-verdadeira-fraternidade/

Vídeo da homilia do Padre Samuel Bon, FSSPX: https://www.youtube.com/watch?v=3oa3YZ0rrv4.

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