A Igreja pode suprimir ou acrescentar Sacramentos?
Os sete Sacramentos foram instituídos pelo próprio Cristo Jesus. A Igreja não tem, pois, o poder, nem de suprimir, nem de acrescentar novos. Está vinculada à ordem de Cristo.
Foram suprimidos ou acrescentados Sacramentos depois de Vaticano II?
Sem ter sido, explicitamente, supresso, pode-se dizer que o Sacramento da Confissão está quase morto, na prática, em numerosas partes da Igreja.
E por outro lado, sem o apresentar como Sacramento explicitamente, alguns introduziram, na Igreja, o rito pentecostal da efusão no Espírito (ou “Batismo no Espírito”) que é dado pela imposição das mãos e que se assemelha, estranhamente, a um oitavo Sacramento.
O Sacramento da Penitência não é, hoje, administrado, sob forma de cerimônias penitenciais?
A cerimônia penitencial que pretende, em muitos lugares, substituir a Confissão não é idêntica ao Sacramento. Essa cerimônia não tem o poder de perdoar os pecados, em particular os pecados mortais.
Por que as absolvições coletivas dadas nas cerimônias penitenciais não podem perdoar os pecados mortais?
O Concílio de Trento definiu, solenemente, que é necessário confessar, em detalhe, os pecados mortais cometidos depois do Batismo, para poder receber a absolvição quanto aos mesmos, e que essa obrigação vem do próprio Deus (a Igreja não pode, pois, mudá-la):
“Se alguém disser que, no Sacramento da Penitência, para obter a remissão dos pecados, não é necessário, por direito divino, confessar todos e cada um dos pecados mortais (...); seja anátema.” [327]
Nunca pode ser dada, de modo coletivo, a absolvição?
Essa absolvição coletiva só é possível em casos de necessidade grave. Aqueles que a recebem apenas obteriam a remissão de seus pecados, na medida em que estivessem prontos a confessar, individualmente, seus pecados a um sacerdote, se o pudessem. (e, por essa razão, permanecerão obrigados a fazê-lo se escaparem do perigo que justificou a absolvição coletiva).
Quais são os casos de grave necessidade que justificam a absolvição coletiva?
Os casos de grave necessidade que justificam a absolvição coletiva são, principalmente, os perigos de morte iminente (num navio que afunda, por exemplo, ou num campo de batalha).
Durante a Segunda Guerra Mundial, referindo-se às desgraças da época (deportados e prisioneiros privados de sacerdotes), a Sagrada Penitenciária permitiu dar a absolvição coletiva a multidões que – sem que fosse por sua culpa – arriscariam, sem isso, de ficar por muito tempo (e, pois, de morrer) sem Sacramentos. [328]
As atuais cerimônias penitenciais não são uma simples extensão dessa permissão dada em 1944?
As absolvições coletivas só podem ser válidas nos casos de grave e urgente necessidade, quando a confissão individual é realmente impossível. Apenas a necessidade pode, com efeito, dispensar de um Mandamento Divino.
Ora, é flagrante que as atuais cerimônias penitenciais não entram nesses casos de necessidade. Na nota de 25 de março de 1944, de que acabamos de falar, a Sagrada Penitenciária lembrava, ademais, o ensinamento já dado por Inocêncio XI, em 1679: a simples afluência de fiéis (quando de uma festa, por exemplo) não teria o condão de autorizar dar a absolvição a penitentes que não tivessem se confessado individualmente; nem mesmo aos que tivessem se confessado pela metade. [329]
De onde vem essa necessidade de confessar as faltas para obter seu perdão?
Para evitar que os homens tratassem os pecados brandamente, e por lhes permitir receber os conselhos apropriados, Nosso Senhor Jesus Cristo estabeleceu, como juízes e médicos das almas, os sacerdotes (Jo 20, 22-23). É necessário, para obter a absolvição, vir manifestar-lhes o estado da alma. [330]
As cerimônias penitenciais não podem, ao menos, perdoar os pecados veniais, enquanto convidam aqueles que cometeram pecados mortais a vir confessá-los, individualmente, a um sacerdote?
Esse convite a vir confessar, em privado, os pecados especialmente graves, terá, necessariamente, um efeito dissuasivo. Depois de tal anúncio, quem terá ainda a coragem de vir se ajoelhar no confessionário, manifestando assim aos olhos de todos que cometeu faltas particularmente pesadas?
Quais são as consequências dessas novas cerimônias penitenciais?
Pode-se temer que numerosos católicos permaneçam em estado de pecado mortal e corram o perigo de se perderem eternamente.
De onde vem esse desamor geral pela confissão?
O desamor geral pela confissão vem, em grande parte, de que os católicos não têm mais, hoje, o senso do pecado.
Por que os católicos não têm mais o senso do pecado?
Os católicos não têm mais o senso do pecado, porque, bem frequentemente, seus próprios sacerdotes e seus próprios Bispos não o têm mais.
Em vez de denunciarem a gravidade das ofensas a Deus, de pregarem a penitência e de encorajarem a fuga das ocasiões perigosas, reduzem tudo ao nível humano (só contam os atentados à dignidade humana), negligenciam a Justiça de Deus, minimizam as consequências do pecado e esquecem-se da necessidade de repará-lo.
Podeis dar um exemplo da maneira como certos sacerdotes e Bispos destroem o senso do pecado?
Numa reunião do conselho de decanos de Wangen, em Allgäu, em 17 de outubro de 1983, o cônego Hubert Bour fez uma conferência sobre o tema “pecado e perdão”.
Afirmava notadamente:
“Abusou-se da noção de pecado mortal. Fez-se, de bagatelas, pecados mortais. O pecado mortal não é o caso normal. Sobre a questão da frequência do pecado mortal, um teólogo bem conhecido respondeu que cometia um por dia em Paris e um de tempos em tempos na nossa diocese.” [331]
O Sacramento da Penitência foi, expressamente, atacado?
Na mesma conferência, o cônego Bour declarou que o chamado à penitência e à conversão não tinha para Jesus um “papel central”; que Jesus não havia “instituído, expressamente, o Sacramento da Penitência, embora duas passagens do Novo Testamento o fizessem crer”; que o texto do Evangelho de São João, tradicionalmente, entendido como a Instituição do Sacramento da Penitência (“Os pecados serão perdoados àqueles a quem perdoardes (...)” (Jo 20,23) se referia, sim, ao Batismo.
Qual é o ensinamento da Igreja sobre todos esses pontos?
Eis as condenações trazidas pelo Concílio de Trento:
“Se alguém disser que, na Igreja Católica, a Penitência não é, verdadeira e propriamente, um Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para reconciliar os fiéis, com Deus, cada vez que caírem no pecado depois do Batismo; seja anátema.” [332]
“Se alguém, confundindo os Sacramentos, disser que o Sacramento da Penitência é o Sacramento mesmo do Batismo, como se esses dois Sacramentos não fossem distintos (...); seja anátema.” [333]
“Se alguém disser que estas palavras de Nosso Senhor: “Recebei o Espírito Santo; os pecados serão perdoados a quem os perdoardes, e retidos a quem os retiverdes” (Jo 20, 22) não devem ser entendidas como o poder de perdoar e de reter os pecados no Sacramento da Penitência (...); seja anátema” [334]
Notas:
[327] Concílio de Trento, 14ª sessão, can.7; DS 1707.
[328] Nota da Sagrada Penitenciária de 25 de março de 1944; AAS, 1944, p.156.
[329] Decreto de 02 de março de 1679, DS 2159.
[330] Santo Tomás de Aquino, Suppl., q.6, a.1.
[331] Ata da reunião do Conselho de decanos de Wangen, de 22 de novembro de 1983.
[332] Concílio de Trento, 14ª sessão, can. 1; DS 1701.
[333] Ibid.,can. 2; DS 1702.
[334] Ibid., can.3; DS 1703.
Catecismo Católico da Crise na Igreja. Pe. Mathias Gaudron.
Notas da imagem:
Quanto ao confessionário, estabeleçam-se normas pela Conferência dos Bispos, cuidando-se porém que haja sempre em lugar visível confessionários com grades fixas entre o penitente e o confessor, dos quais possam usar livremente os fiéis que o desejarem.
Mesmo que as pessoas queiram confessar-se, têm muita poucas ocasiões para o fazer. O tempo destinado à confissão é, no máximo, uma hora. E só vêm alguns velhos. Assim o confessor sente-se desanimado e interroga-se: “Tão poucos e só velhos? Em breve mais valerá desistir de confessar: será que também nós teremos de enveredar pelas cerimônias penitenciais?” E então, quando os velhos terminam de rezar, o Padre sai do confessionário e alguns dos que ainda aguardavam pensam que já não poderão ser atendidos se não se precipitarem para o confessionário. Assim não podem preparar-se devidamente, com medo de que o confessor lhes escape, como aliás o teriam feito se as condições tivessem sido outras.
Se os Padres confessassem horas seguidas, se na Sexta-Feira Santa falassem da morte de Cristo, poderiam nessa altura aproveitar para falar da morte do homem. Poderiam lembrar que todos têm de morrer e que devem preparar a sua alma. Deste modo, milhares de almas poderiam ser arrancadas ao inferno.
É sempre bom fazer um bom exame de consciência antes de confessar e se preparar com antecedência.
O Sacramento da Penitência ou Confissão tem, e sempre teve, um caráter pessoal, e nunca comunitário. O que a Igreja permite em casos de grave e próximo perigo de morte - por exemplo, na queda de um avião, é que, não havendo evidentemente tempo para ouvirem todas as pessoas em confissão particular, um sacerdote que esteja presente no avião, dê, a todos a absolvição coletiva, sem haver necessidade de confissão pessoal.
Se alguém escapar vivo da queda desse avião, está obrigado a confessar-se dos pecados de que foi absolvido coletivamente. Ainda na Segunda Guerra Mundial, Pio XII permitiu que fosse dada a absolvição coletiva a grupos de soldados que partiam para uma ação imediata, sem tempo para se confessar.
Após o Vaticano II, introduziu-se um abuso muito grande nessa questão. Muitos sacerdotes, alegando que havia grande quantidade de fiéis para confessar-se, promoviam absolvições coletivas. Dai nasceu outro abuso: as "confissões" comunitárias, que são inválidas.
Lembre-se que a confissão também pode ser inválida ou até mesmo sacrílega quando:
1. A pessoa omite um pecado mortal, seja por um exame de consciência feito de modo negligente, ou se isso acontece de forma intencional. Conta alguns pecados e oculta de propósito outros. Muitas almas já foram para o inferno por causa disso.
2. A confissão se faz sem arrependimento e sem propósito sincero de emenda, pois estas são decisões que devem ser tomadas antes de confessar os pecados. Ela vai mais para se justificar, que para se declarar pecadora.
3. Quando a pessoa confessar por modismo, para se parecer justa aos olhos dos homens, sem estar profundamente arrependida de sua falta, e sem prometer a Deus que vai lutar para emendar-se.
4. Quando ela omite de propósito o número dos pecados mortais ou uma circunstância necessária. É preciso que a pessoa diga quantas vezes (pelo menos aproximadamente) cometeu aquela falta grave.
5. Quando já antes da absolvição, ela não tem vontade de cumprir a penitência. Tudo deve ser fielmente cumprido como manda a santa Madre Igreja.
6. Quando a pessoa esconde do sacerdote o fato de viver amasiado, na situação que se chama de pecado continuado que impede a absolvição.
7. Quando a pessoa simplesmente se nega a perdoar alguém, vivo ou falecido, não importa o que este lhe tenha feito. Se uma pessoa não dá o perdão também, e antes, de nada adianta ir ao confessionário, porque não receberá o perdão de Deus.
Jesus sempre nos diz: Quando você pode alguma coisa - alguma graça - para Deus, Ele te dirá: Como é que tens coragem de me pedir alguma coisa, se odeias aquela meu filhinho? Se não gostas daquele outro filhinho meu? Se não perdoas aquele outro meu filhinhos?...
Noutro dia uma pessoa me falou que sentia contínua vontade de confessar, e o padre já estava impaciente com ela. A certa altura ela me disse: Eu não consigo perdoar o meu sogro, que já faleceu! Então eu falei: Você sente vontade de confessar, porque está em pecado, pois todas as confissões que você tem feito ultimamente foram inválidas! Você não perdoa como quer receber o perdão! Então ela falou: Meu Deus, eu vou resolver isso já!
Disso devemos entender que absolvição não implica em automático ou compulsório perdão da falta, pois a pessoa deve cumprir todos os requisitos, para que o perdão ocorra na terra e no Céu. É preciso antes que o Sacramento seja ligado na terra, para que se confirme no Céu. E para liga no Céu, deve antes estar ligado aqui!
Uma excelente leitura sobre confissão é o livro "Confessai-vos bem", do Padre Luiz Chiavarino.
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